Quem acompanha o cenário político de Bequimão sabe que, para os Martins, política é um negócio de família. Há muitos anos, o controle da cidade é passado de geração em geração – fato que, para alguns, tem sido determinante para que Bequimão continue sendo uma das cidades mais pobres do estado.
Parte dessa engrenagem, o ex-prefeito Zé Martins vinha cumprindo bem o seu papel para perpetuar o poder nas mãos da sua família. Depois de dois mandatos na prefeitura, ele conseguiu eleger o irmão, João Martins, como seu sucessor.
O caminho natural, como sempre ocorreu na cidade, seria que Zé Martins apoiasse a reeleição do irmão em 2024, já preparando o caminho para que o próximo da linhagem Martins (um filho, um sobrinho, um neto, tanto faz) fosse eleito em 2028.
Ocorre que, aparentemente, Zé Martins gostou muito do poder que o cargo de prefeito lhe conferiu. E gostou tanto que, segundo informações de bastidores, vem tramando o seu retorno à prefeitura desde o primeiro dia do mandato do atual prefeito.
Internamente, o ex-prefeito Zé Martins tem feito de tudo para prejudicar a imagem do irmão junto ao eleitorado; tentando também, sempre que possível, colocar a classe política contra João Martins – que é um gestor de perfil mais técnico, tendo sido superintendente do Sebrae por muitos anos.
Para saciar a própria sede de poder, Zé Martins não se importa nem mesmo em prejudicar a população pobre da cidade.
Nos últimos anos, o ex-prefeito atuou diretamente para impedir a chegada de investimentos e de obras fundamentais em Bequimão.
Populista, Zé Martins acredita que o menor caminho para retornar à prefeitura é manter as famílias de Bequimão dependendo de programas sociais para sobreviver, carentes de tudo.
Para o ex-mandatário, que quer ser visto como a salvação da cidade mesmo sem ter feito nada para melhorar os índices socioeconômicos do município nos oito anos em que esteve à frente da prefeitura, é muito mais fácil “conquistar” os votos de quem passa fome, do jovem que não tem emprego ou oportunidade de estudar, das centenas e centenas de pessoas que ainda hoje dependem da sua “generosidade”.
É por isso que, apesar de alguns esforços do prefeito João Martins, Bequimão continua amargando um dos piores índices de desenvolvimento do estado e do país.
O racha no grupo político dos Martins expõe os danos que a desenfreada sede pelo poder causa a uma cidade. No fim das contas, como sempre, a maior prejudicada é a população.
Respostas de 2
A melhor maneira de concertar erros políticos é não ter medo de mudanças., então a hora da mudança é agora.
Triste, mas pura verdade!